quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Em memória de Katiane Campos

"Ela gostava de olhar a lua e de cantar"

Nós não sabemos como iniciar esse texto. Estamos todas abaladas, de coração partido e revoltadas com a morte de Katiane. A última coisa que conheceu foi crueldade e violência e pensar nisso, dói. Tanto a dizer, a sentir, e as palavras fogem, ficam entaladas na garganta. Nos pegamos pensando: o que podemos fazer para manter Katiane viva em nossos corações e memórias, mesmo que nunca a tenhamos conhecido, visto ou sequer tenhamos sabido quem era até que sua vida tenha sido cruelmente interrompida? Vamos manter seu nome em nossos corações em mentes, para que nunca a esqueçamos, como nunca iremos nos esquecer de Laís, Luana, Priscila e tantas outras cujos nomes estarão sempre em nossas memórias.

Katiane Campos de Gois tinha 26 anos e foi cruelmente assassinada em 27/08/2016, na área central de Brasília, ironicamente, no mês da Visibilidade Lésbica. E não será esquecida por nós.

A escuridão da noite era densa 

A lua parecia querer se esconder

Clamei para que me olhasse nos olhos

Mas negou-se naquela noite

Triste estava, e só, se lamentava

Do alto pode ver todas as dores

Do alto pode ver uma de suas admiradoras

E uma de suas admiradas, partir

Nada pode fazer a não ser se esconder

E lamentar

Escondeu-se, para que não pudesse ter sua tristeza escancarada

Sua admirada partia debaixo de seu brilho

Ah, se pudesse se negar a voltar a brilhar!

Ah, se pudesse chorar

Nunca mais ouvirá a voz de sua admirada

Nunca mais colocará sob sua pele

Negra pele, o toque de seu brilho

Mas se negará, para sempre, esquecer-se de sua admirada

Seu nome estará cravado sob seu brilho e jamais será esquecido

Katiane”.




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