[Esta é a primeira postagem de uma série sobre saúde lésbica, tratando não só da saúde sexual, como também da emocional, psicológica... Em breve, mais textos sobre o assunto, aguardem!]
Saúde é um tema que não é muito discutido entre lésbicas.
Quem de nós se sente confortável em falar para a outra sobre algum receio nosso
com relação à nossa saúde? De onde esse medo vem?
Enquanto mulheres, somos ensinadas que todo assunto
relacionados a nós é um tabu, desde masturbação e vagina até qualquer assunto
mais simples que seja. Isso causa um medo muito grande de debater questões de
saúde que precisam ser debatidas e que por muitas vezes são colocadas em
segundo plano (ou em terceiro), o que pode ser bem preocupante e negativo.
Visto que estamos falando de lésbicas, vemos isso fica bem pior. Somos mulheres
que se relacionam afetivo e sexualmente somente com outras mulheres, logo, é
necessário que cuidemos de nossa saúde. Neste ponto aqui, falo especificamente
da saúde sexual.
Você, lésbica, que está lendo, quantas vezes você já fez um
teste de DST na vida? Você sabia que é necessário que seja feito esse teste
pelo menos uma vez por ano? Não estou falando isso porque somos um “grupo de
risco”, como tentam nos fazer acreditar de modo que cada vez mais nos sintamos
sujas e criminosas por sermos lésbicas, e sim porque é necessário, é uma
questão de saúde. Você pode, sim, pegar uma DST ao se relacionar com outra
mulher, e você precisa, sim, fazer esse teste e se informar sobre o assunto.
Precisamos estar a par desse assunto, pois ele nos diz respeito tanto quanto a
qualquer outra pessoa. E precisamos, sim, debater sobre isso, compartilhar
conhecimento, experiência, modos de prevenção, pois, como bem sabemos, não há
um tipo de prevenção para lésbicas a não ser aquele que adaptamos para as
nossas relações.
Bom, há uma proteção para sexo oral chamada Dental Dam [http://jornalluas.blogspot.com.br/2008/02/voc-j-ouviu-falar-de-dental-dam.html – nesse link há uma explicação sobre o que é e como funciona em português],
porém ela não é vendida no Brasil, é preciso exportar através de alguns sites,
sendo a Amazon o site mais popular a se comprar. Entretanto, por mais que seja
barato, nem todas nós temos dinheiro para comprar ou um cartão internacional.
Então, como podemos nos prevenir?
É possível usar um filme de plástico durante o sexo oral, afinal,
a maneira mais comum de se transmitir uma DST é através do sexo oral, já que
algumas doenças encontram na mucosa da boca uma porta de entrada para o
microrganismo. E tem mais! Não é recomendado também fazer sexo oral logo após
ter escovado os dentes e ter usado o fio dental, pois pode-se ferir a gengiva e
isso facilita a transmissão de algumas infecções.
“Mas, Papo Reto, e o gosto que sentimos ao fazer o sexo
oral, como fica? Ah, o gosto... <3”
Sim, sabemos que isso compromete de sentir o gosto, além de
quem já usou relatar que não é confortável. Mas, segundo dizem, existe
camisinha própria para a língua. Sim! O problema é que são vendidas em Sex
Shops... Nem todas gostamos de ir a Sex Shop (eu, Lacuna, por exemplo), mas
digamos que nesse caso é necessário.
Há outras dicas que você pode encontrar nesse link: http://sapatomica.com/blog/2012/06/14/sexo-seguro-e-sexo-inteligente-2/.
E tem mais, faça Papanicolau pelo menos uma vez por ano. Ele
pode detectar doenças como HPV e demais infecções. É muito importante que seja
feito esse exame todo ano. Também é importante fazer o exame chamado “ultrassom
transvaginal”, pois este pode detectar tumores, sangramento vaginal anormal,
infecções (assim como o Papanicolau), pólipos uterinos, dor pélvica e também a
endometriose.
É difícil irmos à ginecologista, pois por muitas vezes não
nos respeitam e não nos examinam, e isso faz com que tenhamos traumas. A
lesbofobia nos consultórios nos faz abandonar a ginecologista, e isso faz com
quem não saibamos como anda a nossa saúde vaginal, e não podemos deixa-la de
lado. Infelizmente, é necessário a ida à ginecologista, ou pelo menos nos
informarmos de métodos para nos examinarmos em casa e de nos tratarmos de
maneira natural e segura. Porém, isso não anula a necessidade de irmos à
ginecologista, de fazermos exames. Não sabotemos nossa saúde, pois ela é
importante.
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